Estudo mostrou que quanto maior o sobrepeso, menor a qualidade do esperma, porém, problema é reversível com a perda dos quilos a mais
O esperma dos homens obesos é mais pobre em espermatozoides, o que pode ter impacto direto sobre sua fertilidade, segundo um estudo francês apresentado nesta segunda-feira em Estocolmo, no congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). A pesquisa foi realizado no final de 2010 com 1.940 pessoas por uma equipe liderada pelo médico Paul Cohen-Bacrie, diretor científico do Laboratório de Biologia Médica de Eylau-Unilabs, em Paris.
— O sobrepeso causa uma modificação dos parâmetros do esperma, devido, provavelmente, a desordens hormonais, com déficits em número, em mobilidade e em vitalidade, o que causa perdas de possibilidade de concepção — explica o coordenador do estudo.
Os pesquisadores analisaram o volume de esperma, seu PH, a concentração de espermatozoides por ml de esperma, seu número total, sua mobilidade, sua vitalidade, a taxa de formatos atípicos, etc. Os coeficientes de correlação foram estabelecidos entre esses parâmetros e o índice de massa corporal. Com um Índice de Massa Corporal (IMC) inferior a 18, a pessoa pode ser considerada magra; entre 18 e 25, o peso é normal; entre 25,1 e 30, há sobrepeso; e o indivíduo é obeso quando o resultado supera 30.
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O estudo mostrou que quanto maior o sobrepeso, mais a qualidade do esperma diminui, particularmente no que concerne à concentração e ao número total de espermatozoides. Além da concentração de espermatozoides ser 10% menor para os pacientes com sobrepeso em relação àqueles com peso normal e chegar a 20% para os obesos, a mobilidade dos espermatozoides destes cai 10%. A contagem total de espermatozoides, de 184 a 194 milhões de ml entre as pessoas com peso normal, cai para 164 a 186 entre as pessoas com sobrepeso, e para 135 a157 entre os obesos.
O número de pessoas que sofrem de uma ausência total de espermatozoides (azoospermia) passa de 1%, quando o peso é normal, para 3,8% entre os obesos. Quando a idade aumenta, o efeito do IMC na concentração e na quantidade permanece o mesmo, mas a mobilidade dos espermatozoides entre os obesos diminui significativamente.
Já se sabia que a mulher obesa ou muito magra pode ter problemas de ovulação.
— Quando um casal quer ter filhos, é preciso também tomar cuidado com o peso do homem, um dado importante — ressalta Cohen-Bacrie.
No entanto, há um elemento reconfortante: o médico constatou em 300 pacientes que o problema é reversível, e que ao emagrecer os parâmetros perdidos são recuperados.
— Com atitudes simples, é possível ter concepções naturais e evitar a procriação assistida por médicos. Se pudermos evitar o recurso fazendo um regime, é melhor — disse
